Futebol, Gente e Toiros
Um blogue de Angra do Heroísmo - Ilha Terceira - Açores
Sábado, 5 de Abril de 2008
Gente - Na Serreta
O princípio
Para fugir ao reboliço do Rally apanhámos uma boleia rumo à freguesia da Serreta para ir jantar ao restaurante Ti'Choa, que estava marcado para as 20 horas, de sexta-feira. Mas como era um pouco cedo, e como já tenho alguns conhecimentos na freguesia, fui direitinho à Sociedade Filarmónica. Lá tomei o meu café, a minha água e um dedo de prosa. Quando chegou perto das 20 horas fomos andando em direcção ao restaurante que já estava animado.
Batemos à porta como se fazia antigamente. Ninguém respondeu mas havia gente porque se ouviam vozes. Pensámos então: - Querem ver que aqui não é preciso bater à porta?! E não se bateu mais. Metemos a mão ao picaporte, abrimos a porta e muito devagarinho espreitámos o interior. Deslumbrante, como sempre!!
O meio
Veio ao nosso encontro a funcionária, que é uma das filhas do dono, e indicou-nos a mesa onde nos sentámos. Estava regionalmente decorada e não tardou a chegar o tal "pãozinho" de se comer todo até ao fim e pedir mais, acompanhado com manteiga, ou queijo ou geleia ou tudo à mistura.
Depois veio a senhora outra vez com o cardápio das comidas e outro da selecção de vinhos. Escusado será dizer que provámos de tudo um pouco desde chicharros (os chamados "polícias" embrulhados em farinha e assados no forno de lenha), a morcela com pão de milho.
De seguida veio o molho de fígado, a alcatra de feijão, os torremos quentinhos, mais pão e o vinho.
Isto tudo foi abençoado com umas modas do senhor Arlindo que se sentou no orgão e tocou umas melodias, depois substituído pelo tocador habitual.
A coisa já estava animada e até já se conversava com a mesa do lado que tinha algumas oito pessoas e chegou mais uma, entretanto, o dono.
A festa surpresa
Nessa dita cuja mesa comemorava-se um aniversário único naquela freguesia. Viemos a descobrir que o mais velho e mais castiço da mesa completava 91 anos de idade.
Tal foi o meu espanto quando o ouvi cantar, dançar a toque de música e palmas e com aspecto de durar ainda uns bons anos.
O senhor é miudinho mas é um castiço. Estava ao lado da esposa que tem menos dez anos do que ele e recomenda-se.
A nora, o filho, o genro, os netos e a filha fizeram-lhe a surpresa de trazer um bolo no fim do jantar com duas velas - 91. Ele todo alegre soprou as duas ao som e à letra dos "Parabéns a você", aplaudido por toda a sala. Não passou despercebido a todos e deram-lhe os parabéns.
Só faltou uma reportagem televisiva que não é tarde ainda. Se não for a nossa televisão que seja uma qualquer do continente que o vá filmar no 4º Domingo do Espírito Santo ou em Setembro quando o casal fizer os 62 anos de casamento. Existirá algum casal que tenha um amor duradouro como este? Deve haver bem poucos.
Disseram que os idosos da Serreta vão fazer a sua Coroação no 4º Domingo (20 de Abril). São estas pessoas que ainda mantêm uma fé firme com as suas rezas permanentes (dois terços todas as noites - o normal e o das Santas Chagas, disseram eles).
O fim
O dono, depois de conversar alegremente naquela mesa e mostrar, satisfeito, a reportagem sobre o seu restaurante numa revista estrangeira e de mostrar uns versos que recebeu, veio para a nossa mesa, conversar connosco. Senti-me em casa e muito bem recebido e não tenho palavras para agradecer este serão espectacular.
O aproveitamento total de uma casa para "museu" de antiguidades ligadas à arte culinária e, ao mesmo tempo, cenário de música ao vivo e saborosos pratos típicos regionais é de louvar.
Voltava lá outra vez e comia tudo igual, especialmente aquele pão da nossa tradição.
Após lavar as mãos nesta preciosidade que vão ver em imagem estava pronto a regressar a casa.
O típico lava-mãos no restaurante "Ti'Choa"
2008/04/04
Freguesia da Serreta,
Concelho de Angra do Heroísmo
Ilha Terceira
Açores
VISITE-O!
Para fugir ao reboliço do Rally apanhámos uma boleia rumo à freguesia da Serreta para ir jantar ao restaurante Ti'Choa, que estava marcado para as 20 horas, de sexta-feira. Mas como era um pouco cedo, e como já tenho alguns conhecimentos na freguesia, fui direitinho à Sociedade Filarmónica. Lá tomei o meu café, a minha água e um dedo de prosa. Quando chegou perto das 20 horas fomos andando em direcção ao restaurante que já estava animado.
Batemos à porta como se fazia antigamente. Ninguém respondeu mas havia gente porque se ouviam vozes. Pensámos então: - Querem ver que aqui não é preciso bater à porta?! E não se bateu mais. Metemos a mão ao picaporte, abrimos a porta e muito devagarinho espreitámos o interior. Deslumbrante, como sempre!!
O meio
Veio ao nosso encontro a funcionária, que é uma das filhas do dono, e indicou-nos a mesa onde nos sentámos. Estava regionalmente decorada e não tardou a chegar o tal "pãozinho" de se comer todo até ao fim e pedir mais, acompanhado com manteiga, ou queijo ou geleia ou tudo à mistura.
Depois veio a senhora outra vez com o cardápio das comidas e outro da selecção de vinhos. Escusado será dizer que provámos de tudo um pouco desde chicharros (os chamados "polícias" embrulhados em farinha e assados no forno de lenha), a morcela com pão de milho.
De seguida veio o molho de fígado, a alcatra de feijão, os torremos quentinhos, mais pão e o vinho.
Isto tudo foi abençoado com umas modas do senhor Arlindo que se sentou no orgão e tocou umas melodias, depois substituído pelo tocador habitual.
A coisa já estava animada e até já se conversava com a mesa do lado que tinha algumas oito pessoas e chegou mais uma, entretanto, o dono.
A festa surpresa
Nessa dita cuja mesa comemorava-se um aniversário único naquela freguesia. Viemos a descobrir que o mais velho e mais castiço da mesa completava 91 anos de idade.
Tal foi o meu espanto quando o ouvi cantar, dançar a toque de música e palmas e com aspecto de durar ainda uns bons anos.
O senhor é miudinho mas é um castiço. Estava ao lado da esposa que tem menos dez anos do que ele e recomenda-se.
A nora, o filho, o genro, os netos e a filha fizeram-lhe a surpresa de trazer um bolo no fim do jantar com duas velas - 91. Ele todo alegre soprou as duas ao som e à letra dos "Parabéns a você", aplaudido por toda a sala. Não passou despercebido a todos e deram-lhe os parabéns.
Só faltou uma reportagem televisiva que não é tarde ainda. Se não for a nossa televisão que seja uma qualquer do continente que o vá filmar no 4º Domingo do Espírito Santo ou em Setembro quando o casal fizer os 62 anos de casamento. Existirá algum casal que tenha um amor duradouro como este? Deve haver bem poucos.
Disseram que os idosos da Serreta vão fazer a sua Coroação no 4º Domingo (20 de Abril). São estas pessoas que ainda mantêm uma fé firme com as suas rezas permanentes (dois terços todas as noites - o normal e o das Santas Chagas, disseram eles).
O fim
O dono, depois de conversar alegremente naquela mesa e mostrar, satisfeito, a reportagem sobre o seu restaurante numa revista estrangeira e de mostrar uns versos que recebeu, veio para a nossa mesa, conversar connosco. Senti-me em casa e muito bem recebido e não tenho palavras para agradecer este serão espectacular.
O aproveitamento total de uma casa para "museu" de antiguidades ligadas à arte culinária e, ao mesmo tempo, cenário de música ao vivo e saborosos pratos típicos regionais é de louvar.
Voltava lá outra vez e comia tudo igual, especialmente aquele pão da nossa tradição.
Após lavar as mãos nesta preciosidade que vão ver em imagem estava pronto a regressar a casa.
O típico lava-mãos no restaurante "Ti'Choa"
2008/04/04
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Ilha Terceira
Açores
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etiquetas: gente
De Joanina a 5 de Abril de 2008 às 23:15
Sim senhor! Um serão a moda da nossa terra, acompanhado de boa comida e regado de boa bebida! Que saudades... Jo
Olé!!
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