Retalhos da Festa da Cova da Serreta - 2011
num post de Rosa Silva ("Azoriana")
convidada para cantar ao desafio.
Informo que a Azoriana - Terceirense das rimas, colocou num artigo do seu blog como fazer a encomenda do livro que será lançado em Abril de 2011.
Dou os meus parabéns e oxalá ela consiga realizar o seu sonho que já vem de longe.
Penso que a freguesia da Serreta, do concelho de Angra do Heroísmo, ficará satisfeita com esta publicação, pese embora não puder dar um empurrãozinho na edição. Há pouca população na freguesia mas há emigrantes que estão sempre saudosos do seu torrão natal e provavelmente irão gostar de saber desta novidade. É uma filha da Serreta que escreve o que os seus antepassados lhe deixaram de herança: o amor pela sua terra e pelas cantigas ao desafio e pelas rimas carnavalescas e festas religiosas da Padroeira - Nossa Senhora dos Milagres.
Imagino a felicidade dela o dia que efectivamente abraçar o seu querido livro. Tenho a certeza que ficará sem palavras e a emoção tomará conta do momento.
Pode ler o artigo aqui...
Este fim-de-semana
está recheado de comemorações. Uma delas é no próximo Domingo, na
freguesia da Serreta. A Filarmónica Recreio Serretense estará em festa
pelos seus 135 anos de actividade, sendo a mais antiga da ilha
Terceira, cuja padroeira é a Senhora dos Milagres. Esta Sociedade
Filarmónica foi fundada a 4 de Dezembro de 1873. Haverá missa pelos
sócios falecidos, no Santuário de Nossa Senhora dos Milagres e uma
sessão solene com actuação da Filarmónica, entrega de medalhas, a
presença da oradora convidada - Manuela Simões, e a improvisadora Rosa
Silva e demais participantes na sede da Sociedade. Seguir-se-á um
beberete com a participação da freguesia em que cada família levará um
prato e o partilhará com todos os presentes.
(Imagem do jornal "A União")
A Serreta espera por todos. Vem e traz um amigo também...!
Em Angra do Heroísmo decorre o novenário no Santuário de Nossa Senhora
da Conceição que culminará com a Festa da Senhora da Conceição, dia
oito de Dezembro, segunda-feira, feriado religioso. Fanfarra Operária
Gago Coutinho e Sacadura Cabral, Bombeiros Voluntários, Taxistas e
muitas outras entidades prestarão as suas homenagens como é
habitual.
Segunda-feira da Serreta. O dia apresentou-se com chuviscos. A tolerância de ponto dada à ilha Terceira era motivo de alegria. Os funcionários estavam dispensados para gozarem um dia normal numa festa que atrai milhares de peregrinos, só que a chuva não convidava à tourada que, mesmo assim, se realizou.
Para quem segue à risca esta tradição não podia faltar. E lá estava eu e a família que também partilha do mesmo sentimento festivo. O problema é que ninguém se lembrou de levar o guarda-chuva. De repente, os pingos graúdos começaram a desabar dum céu nublado de negro e pesado de água. Ao meu lado começo a verificar um desassossego e um burburinho constante à medida que os pingos se avolumavam por cima de nós. O tempo escasseava para fugir dali e podíamos escorregar e ainda nos magoávamos e bem... Nisto vejo que tudo serve para empatar a molha certa. A prima tinha-se lembrado de trazer uns sacos de lixo, daqueles que dá para meter um corpo inteiro lá dentro e só ficar a cabeça de fora e metade das pernas e, claro que, os pés também ficam a descoberto e com os dedos todos encharcados. Assim foi. Ali à volta todos se muniram dos tais sacos e abriu-se uma abertura na parte inferior e enfiou-se pela cabeça abaixo ficando só o rosto com um buraco para evitar o sufoco.
Quem nos visse naquele estado ainda podia pensar que se tratavam de pinguins entre a verdura do Pico da Serreta, ou então, nem davam por nós, se ficássemos calados. Mas era impossível ficarmos quietos pois o toiro já estava fora e os músicos da Filarmónica Recreio Serretense, animados pela chuva interna (e externa) faziam com que a festa estivesse animada, mesmo que encharcada. Quando o foguete de duas bombas ecoou nos céus o toiro já estava dentro da gaiola e foi aí que resolvi abandonar, devagar, a posição que ocupava. Percebi que não adiantava o saco enfiado até aos joelhos, porque a humidade instalava-se por dentro e podia trazer consequências ruins para a saúde. O mesmo acontecia com a minha cara-metade que, no dia seguinte, sentiu as dores musculares e um frio de rachar ao ponto de ter de usar cachecol porque a garganta acusava alguma irritação. Mais vale prevenir que remediar e a farmácia estava longe. Mesmo assim conseguimos uma receita milagrosa e na quarta-feira já tudo estava voltando ao normal, tal como o bom tempo.
Vai daí que fomos na “peregrinação” ao Mato para ver engaiolar os toiros que iam correr no caminho em frente ao Santuário de Nossa Senhora dos Milagres, que via assim os seus dias de Festa a chegar ao fim. Foi uma manhã e princípio de tarde muito animadas com churrasco, música e rodas à moda antiga com a prata da casa. Os emigrantes serretenses mataram as saudades das folias de antigamente. A felicidade e a alegria estavam estampadas nos rostos de todos e só acabou às tantas. São dias normais assim que eu gosto.
Uma edição da Azoriana com a minha colaboração deu o resultado que se segue. A tradicional Tourada à corda da Segunda-feira da Serreta, segunda semana de Setembro, é um atractivo e um ponto de encontro da ilha inteira e dos forasteiros que vêm à Festa de Nossa Senhora dos Milagres.
Falta trinta e três dias...
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